A uma vitória do paraíso

>)))º> Por Ademir Quintino - Direto de Montevidéu

Santos e Peñarol empataram sem gols (0×0), na primeira partida da decisão da Taça Libertadores da América de 2011, nesta quarta-feira (15), no Estádio Centenário. Com a igualdade, o campeão só será conhecido no Pacaembu, na próxima quarta-feira (22).

Uma vitória por qualquer placar dá o terceiro título continental ao Peixe. Um novo empate leva a disputa para a prorrogação; persistindo, o campeão do continente será conhecido através da disputa de pênaltis. Apesar de forma coerente, Muricy e seus comandados não admitirem o favoritismo, o Alvinegro com o resultado conquistado na casa do adversário, deu um passo importante para conquistar algo que não consegue há quase meio-século – o título das Américas e a passagem para disputar o Mundial Inter-Clubes.

A partida tecnicamente decepcionou, mas o resultado eu reputo como ótimo. O Peñarol só apostou nas bolas aéreas, e o time de Muricy Ramalho, maduro (algo que faltou no Santos, vice-campeão de 2003), jogou marcando forte na frente por zona, e com Adriano Pagode sendo à sombra de Martinuccio, melhor jogador do time carbonero. Taticamente o Santos foi perfeito, e pouco sofreu riscos durante a partida. Mas faltava jogar, e isso, o Peixe ficou devendo para a partida da volta.

Sem quatro titulares, dois basicamente fizeram muita falta. A força de Jonathan pelo lado direito e a armação de PH Ganso no meio-campo. Alex Sandro foi muito bem na lateral-esquerda, principalmente no apoio, e se pecava na marcação, o guerreiro Durval, um dos melhores da partida fazia a cobertura com perfeição.

Zé Eduardo teve duas chances para matar o jogo e não o fez. Na primeira o goleiro Sosa foi feliz e fez bela defesa em um chute quase que da pequena área e a segunda, após maravilhosa jogada de Alex Sandro, o centroavante cabeceou sozinho e a bola passou a direita do gol.

O goleiro Rafael também mostrou segurança mais uma vez, fazendo algumas boas defesas principalmente no fim da partida. Infelizmente para os santistas, Elano não reedita as atuações do começo do ano e foi substituído por Alan Patrick.

O substituto de Dracena, Bruno Rodrigo, começou mal na partida, perdendo no tempo de bola, mas do meio do primeiro tempo em diante, acertou seu posicionamento e foi uma ótima figura em campo.

Quanto ao gênio Neymar, após receber cartão amarelo no início da partida se queixou de perseguição, por parte da arbitragem de Carlos Amarilla, que em minha opinião, beirou quase a perfeição em sua atuação, inclusive anulando de forma correta um gol do Peñarol na segunda etapa, com o auxílio do assistente.

Com o fator campo e torcida, o Santos tem tudo para ficar com o título mais importante de sua história nos últimos 50 anos. Tem mais time e segurou o adversário na sua casa, além das prováveis voltas de quatro titulares. Mas vale lembrar que o Peñarol já conseguiu eliminar o atual campeão, jogando fora de casa.

Rodolfo Rodríguez e Ademir Quintino

Epopéia II

Se nas semifinais contra o Cerro Porteño, eu sofri demais para trabalhar, desta vez no Uruguai, pela Rádio TUPI/SP, não foi diferente. Cheguei ao Aeroporto de Cumbica na terça-feira (14), às 11 horas da manhã. Meu vôo, que era às 13 horas, foi cancelado pelos problemas envolvendo as cinzas do Vulcão chileno, e aós essa informação adiado para as 18H30, e posteriormente para as 21 horas.

Consegui embarcar para Buenos Aires aonde cheguei por volta da 00h30 da quarta-feira (15). Dormi em um banco de restaurante do aeroporto argentino durante algumas poucas horas na madrugada, véspera partda; e consegui embarcar somente para a capital uruguaia às 08h30 da manhã, onde cheguei às 10h00, e às 14h30 já estava no Estádio Centenário para montar o equipamento e as 18h00 entrar no ar para passar as informações. Cansaço? Sim! Arrependimento? Nenhum. Fiz e faria tudo de novo se preciso.

Mas não foram só tristezas que eu tive durante minha passagem em terrritório uruguaio. Eu revi, entrevistei, o maior goleiro que já conheci e meu primeiro ídolo no futebol, Rodolfo Rodrigues, no Estádio Centenário de Montevidéu.

*Ademir Quintino é jornalista, radialista, Assessor de Imprensa do jovem @JEANCHERA, repórter da Rádio Tupi de São Paulo (1.150 AM) - única emissora da capital a acompanhar todos os jogos do Peixe. É associado do Alvinegro mais famoso do mundo e colaborador do Bloglorioso.

Melhores momentos: Peñarol 0 x 0 Santos