sexta-feira, 22 de julho de 2011

Um mês do tri


>)))º> Por Ademir Quintino*

Nesta sexta-feira (22), completa-se um mês do tricampeonato da Libertadores da América do Santos. No dia 22 de Junho, data histórica para o torcedor alvinegro, no Estádio do Pacaembu, o Peixe batia o Peñarol por 2 a 1 com gols do “gênio” Neymar e do polivalente Danilo (ambos na segunda etapa) e descrevia mais um capítulo importante em sua rica história, conquistando o continente 48 anos depois, a primeira sem o maior de todos em campo– Pelé.

A campanha começou ruim. Após três partidas sem vitória na fase inicial, o Peixe se viu obrigado a vencer as próximas no seu grupo para conseguir a classificação. Adilson Batista, hoje no São Paulo, deixava o comando e chegava uma figura importante nesta trajetória para o seu lugar: Muricy Ramalho. Cidadão pragmático, mal humorado, mas sabe montar defesa e contra-ataque como poucos, e indubitavelmente o melhor treinador em atividade neste país. Além disto, o Santos teve um ingrediente indispensável para os grandes times de futebol ao longo da história: o talento. Em vários momentos, a individualidade de determinados jogadores do atual dono das Américas foi capaz de mudar o resultado de uma partida. Ao longo da caminhada, o alvinegro mais famoso do mundo superou desfalques por suspensão e contusão. Ainda assim, o título veio para “embaixador do mundo”.

Para a conquista ser efetivamente realizada, a direção foi atrás de reforços pontuais. Errou no planejamento após a conquista da Copa do Brasil no ano passado, verdade seja dita, mas investiu alto e repatriou o meia Elano e trouxe Jonathan para as posições mais carentes do elenco. Manteve a experiência de Léo na lateral esquerda e apostou em jovens como Danilo e Alex Sandro que se mostraram dignos de confiança. Na frente com o fracasso de Keirisson, um esforçado Zé Eduardo mesmo negociado com Genoa no começo do ano, foi figura importante na conquista.

Alguns momentos em especial da trajetória da equipe santista mereceram destaque. O talento individual de PH Ganso foi decisivo para a vitória em Assunção contra o Cerro no Paraguai, ainda na primeira fase, no momento mais difícil da competição. Sem Elano e Neymar, suspensos, o talento do primeiro camisa 10 depois de Pelé a conquistar o continente com a camisa santista, conduziu o Peixe a uma vitória maiúscula e importantíssima por 2 a 1 na primeira partida sob a batuta de Muricy “Trabalho” na competição.

A eficiência da Muralha do “tri” também tem de ser ressaltada. O goleiro Rafael foi o “cara” no México, no empate em 0 a 0 contra o América pelas oitavas de final. O novo padroeiro da baixada santista, foi canonizado em Querétaro (MEX) pela pátria santista ao fazer autênticos milagres na segunda etapa daquela partida.

Os zagueiros também tiveram papéis fundamentais neste trajeto. Durval e Dracena cresceram muito com a chegada do novo treinador que ajustou o setor. O que dizer de Arouca então? Este “monstro” que após retornar ao time, pois viveu um drama particular no início da temporada com problemas de lesão muscular, deu o tom necessário na saída de bola no setor do meio campo, junto com Adriano Pagode, este verdadeiro “pitbull”, que jogou como poucos a frente da defesa praiana.

Mas ninguém teve papel mais fundamental para a conquista do que o novo “gênio” da camisa que foi imortalizada pelo Rei do Futebol nos anos 60, do que Neymar. Ele foi sem dúvida, o grande nome da campanha vitoriosa do Santos na Libertadores. Mesmo perseguido implacavelmente pelos zagueiros, desfilou seu talento, partiu para cima dos marcadores, pendurava-os com cartões amarelos, pois só era contido na base das faltas, marcou gols, distribui chapéus e até de armador ele atuou quando necessário foi, ou se esquecem da partida contra o Cerro no Pacaembu, quando o menino de 19 anos com seu cabelo moicano, enfileirou paraguaios para deixar a bola na cabeça do capitão do tri-Dracena marcar o único gol na vitória por 1 a 0 ?

O grupo campeão ainda contou com os zagueiros Bruno Aguiar e Bruno Rodrigo, Pará, os meias Alan Patrick e Felipe Anderson, além do atacante Maikon Leite que foi para o Palmeiras. Em 14 partidas, o Santos venceu sete, empatou seis e perdeu apenas uma vez. Conquistou 26 dos 42 pontos disputados e teve aproveitamento de 61,9% dos pontos possíveis, marcando 20 gols e levou outros 13.

A marca desse time vitorioso que vai lutar e muito, pelo tri campeonato mundial no Japão no fim do ano, foi o equilíbrio. Mesmo com o chamado “DNA ofensivo” dito por diversas vezes pelo atual presidente do clube, Luís Álvaro Ribeiro, por algumas vezes, o Glorioso da Vila abriu mão do espetáculo para marcar muito o adversário, deixou de dar show, mas garantiu os resultados. Durante a campanha, nenhum adversário brasileiro ou argentino apareceu pelo caminho, mas isso não diminui o brilho da vitória.

Me sinto um privilegiado. Como repórter da Rádio TUPI/SP, pude acompanhar esta trajetória desde 15 de fevereiro até 22 de junho, transmitindo todas as partidas, conhecendo novos locais e vendo a história ser construída.

Sem medo de errar foi a Libertadores principalmente de Muricy Ramalho e de Neymar. O sonho se tornou realidade e a América tinha um novo e velho dono, orgulho quem nem todos podem ter- O continente é novamente do Santos Futebol Clube.

Confira a campanha do Alvinegro em sua terceira conquista.

- Fase de grupos:
15/02: Deportivo Táchira (VEN) 0 – Santos 0.
02/03: Santos 1 – Cerro Porteño (PAR) 1.
16/03: Colo Colo (CHI) 3 – Santos 2.
06/04: Santos 3 – Colo Colo 2.
14/04: Cerro Porteño 1 – Santos 2.
20/04: Santos 3 – Deportivo Táchira 1.

- Oitavas de final:
27/04: Santos 1 – América (MEX) 0.
03/05: América (MEX) 0 – Santos 0.

- Quartas de final:
11/05: Once Caldas (COL) 0 – Santos 1.
18/05: Santos 1 – Once Caldas 1.

- Semifinais:
25/05: Santos 1 – Cerro Porteño 0.
01/06: Cerro Porteño 3 – Santos 3.

- Final:.
15/06: Peñarol (URU) 0 – Santos 0.
22/06: Santos 2 – Peñarol 1.

Henrique

O volante Henrique que iria assinar seu contrato com o Santos nesta quinta-feira (19), não assinou seu vínculo com seu novo clube.Como ainda não fez o destrato (rescisão) com sua ex-equipe, o Cruzeiro/MG, o jogador que foi aprovado nos exames médicos, retornou a Belo Horizonte. No fim da próxima semana ele deve fazer a assinatura do seu contrato e ser apresentado oficialmente para ficar a disposição do técnico Muricy Ramalho.

*Ademir Quintino é jornalista, radialista, Assessor de Imprensa, repórter da Rádio Tupi de São Paulo (1.150 AM) - única emissora da capital a acompanhar todos os jogos do Peixe. É associado e apaixonado pelo Alvinegro mais famoso do mundo e colaborador do Bloglorioso.

Um comentário:

Juliete disse...

Um mes do Tri... é emocionante ver a trajetoria do Santos até o titulo, emoção que como dia 22/06 não coube no coração hj 22/07 a emoção continua a mesma!!!Obrigado Deus e ao guerreiros da Vila pelo titulo da libertadores!!