>)))º> Por Ademir Quintino*
Direto da Vila Belmiro (Santos/SP): Após
oito rodadas de invencibilidade, o Santos perdeu para o Figueirense por 3
a 2 em plena Vila Belmiro. Todo ser humano é passível de erros, mas
alguns atletas do campeão da América do Sul e principalmente o melhor
treinador em atividade no país, Muricy Ramalho, exageram na dose, no
início da noite deste sábado. O time de catarinense quebrou um tabu,
pois jamais havia vencido o Peixe fora de seu Estado.
Com Felipe Anderson na vaga de Neymar e aberto pelo lado-direito, o
treinador manteve o time no esquema 4-3-3. O goleiro Rafael com nove
minutos de jogo reconheceu que falhou no gol de falta de Júlio César que
abriu o marcador aos visitantes. Aos 24, ainda da etapa primeira,
Borges empatou com um bonito gol e manteve a sua impressionante média de
quase 1 gol por partida. Artilheiro disparado do Campeonato Brasileiro,
com 19 gols em 22 jogos.
Dois minutos após, contra-ataque dos catarinenses e falha absurda do
time santista, pois ninguém mata uma jogada e Léo deu condições para
Welington Nem colocar o time de Florianópolis, de novo na frente. No fim
do primeiro tempo, Felipe Anderson roubou a bola na saída do time de
Jorginho e Léo empatou a partida.
Apesar do banco de reservas do Santos, não ser nenhum divã, esperava
mais ousadia por parte do treinador do time alvinegro, que jogava em
casa e tinha a obrigação de fazer os três pontos. Penso que é
inadmissível jogar contra o time que veio apenas para empatar e o bi
paulista com três volantes.
Não bastasse isto, o treinador deu uma de “Tite”, quando colocou Pará
na vaga de Felipe Anderson nos primeiros minutos de segundo tempo. Só
tinha volantes no meio campo santista (Danilo, Arouca, Henrique e Ibson)
e o técnico que de fato e de direito, é o melhor do Brasil, tirou o
único atleta com poder de um drible no time. Tentou consertar ao colocar
Diogo na vaga de Kardec, mas apertou as teclas “K e H” do esquema
tático e para ficar pior, novamente num contra-ataque, Léo cometeu
pênalti, que Júlio César bateu e converteu.
Na entrevista coletiva, como se os repórteres fossem os únicos
culpados pela derrota de seu time, um mal educado, com um azedume fora
do comum, sem paciência, Muricy Ramalho, começou a desferir seu
repertório de “patadas” em todos os questionamentos que sofreu. Menos
mal, que ele ao menos reconheceu o péssimo desempenho da sua equipe. Na
resposta a este jornalista, o treinador afirmou: “
O que não dá para
aguentar é o time que leva gol em contra-ataque toda hora. Isso é
inadmissível, coisa de equipe desorganizada e nosso time é arrumado“.
Faltou apenas o técnico reconhecer que até mesmo ele, que costuma
acertar, queimou todos os estoques possíveis e imagináveis de erros em
uma só partida e contribuiu decisivamente para este tropeço santista.
Não tenho rabo preso com ninguém e minha independência me permite
elogiar e criticar quando qualquer um (jogador, treinador e dirigente)
merecer. Sem caça as bruxas, mas um exercício de reflexão cabe ao
técnico santista, que certa vez me disse que tinha melhorado o
tratamento dele com a imprensa escrita, falada e televisada; mas me
parece que está voltando no tempo e como se fosse o único dono da razão,
acima do bem e do mal, somente sua visão é que merece ser a verdadeira.
Considero o técnico santista honesto, coerente e sou fã dele, por
tudo que fez no futebol, mas me parece que um curso intensivo de relação
pessoal, se faz mais do que necessário. Ninguém (imprensa, dirigentes e
torcedores) é obrigado a aguentar o mal humor do treinador, que pelo
menos para mim, foi um dos principais responsáveis pela derrota do
alvinegro praiano que ainda faz excelente returno, mas fica mais
distante do título. Aliás, perder seis pontos para um time limitado como
o do Figueirense que não vencia há cinco partidas, merece conquistar o
campeonato? Fica a pergunta aos leitores.
Ficha Técnica
Santos 2 x 3 Figueirense
Santos: Rafael; Danilo, Edu Dracena, Durval e Léo;
Arouca, Henrique, Ibson (Tiago Alves) e Felipe Anderson (Pará); Alan
Kardec (Diogo) e Borges.
Técnico: Muricy Ramalho
Figueirense:
Ricardo; Bruno (Jonatas), Edson Silva, Roger Carvalho e Juninho
(Helder); Ygor, Pittoni, Coutinho e Deretti (Rhayner); Wellington Nem e
Júlio César.
Técnico: Joginho
Gols: Júlio
César, aos 9, Borges, aos 24, Wellington Nem, aos 26, e Léo, aos 46
minutos do primeiro tempo. Júlio César (pênalti), aos 39 minutos do
segundo tempo
Cartões amarelo: Léo (Santos), Edson Silva e Jean Deretti (Figueirense)
Publico: 7.059 pessoas
Renda: R$ 167.240,00
Renteria
A apresentação do colombiano Renteria será na terça-feira na
reapresentação do elenco que vai se preparar para enfrentar o Fluminense
no próximo sábado (1) em Volta Redonda/RJ. Neymar que cumpriu suspensão
e Elano recuperado de contusão serão as novidades.
*Ademir Quintino é jornalista, radialista, Assessor de Imprensa, repórter
da Rádio Tupi de São Paulo (1.150 AM) - única emissora da capital a
acompanhar todos os jogos do Peixe. É associado e apaixonado pelo
Alvinegro mais famoso do mundo e colaborador do Bloglorioso.